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sábado, 7 de novembro de 2015

Zorobabel

A bíblia é na verdade uma coletânea de vários pergaminhos que graças a invenção da imprensa, puderam ser aglutinados num único volume. Mas aglutina-los num só livro não necessariamente facilita a compreensão dos livros sagrados, muitas vezes o leitor imagina que os livros são sequencias uns dos outros, e pensa que vai encontrar links nestes livros, ligando as narrativas e os personagens, mas isto nem sempre acontece, ainda mais levando em conta que os textos que compõe a Bíblia compreendem um período de mais de três milênios, e o fato é que os textos as vezes não se conectam de forma clara.

Por ser assim, muitas vezes não encontramos narrativas lineares contando a vida dos personagens bíblicos. Para entendermos como foi a vida de alguns destes personagens, muitas vezes temos que fazer um compendio do que é dito sobre eles espalhado em vários livros.

O próprio Jesus é assim, sua história é narrada em quatro evangelhos, e ainda assim, alguns outros eventos ocorridos são encontramos noutros textos soltos escritos por Paulo, ou outros autores do chamado Novo Testamento,

Dentro desta perspectiva, existem alguns personagens pouco conhecidos, onde as informações sobre estes são bem escassas e encontra-las é tarefa para um pesquisador bastante atento. Um destes personagens pouquíssimo conhecido é chamado Zorobabel, ou Zerubbabel que seria a forma mais correta de pronunciar seu nome, se é que realmente este era seu nome.

Todavia apesar de pouco conhecido, sua história é fantástica, e sua determinação é o motivo pelo qual o povo Judeu existe até hoje e consequentemente o cristianismo que surgiu depois. E mesmo ele aparecendo em poucos textos bíblicos, em algumas pequenas citações, é admirável como ele é elogiado repetidas vezes por autores diferentes em épocas diferentes, o que nos leva a crer que seu caráter e sua postura  reconhecidamente  marcaram a vida das pessoas que conviveram com ele em seu tempo. Na verdade são raros os personagens bíblicos a quem se atribuem tantos elogios.

Ele é mencionado brevemente nos livos bíblicos de II Crônicas, Esdras, Neemias, Ageu, e Zacarias. Alguns achados arqueológicos também respaldam os textos bíblicos demonstrando ter sido ele um personagem real. Seu nome é muito curioso pois é a junção de duas palavras hebraicas, Zerub e Babel, que pode ser traduzido como "Nascido em Babel" o que significa que ele nasceu entre os cativos que viviam no império Babilônico.

Mas vamos entender melhor esta história.

Nabucodonozor, imperador da Babilônia, depois de unificar a Mesopotanea deseja conquistar o Egito que estava enfraquecido naquela época, para chegar no Egito ele precisava tomar o reino dos Judeus. Mas a princípio ele fez um acordo com o governo de Jerusalém onde os judeus manteriam sua independência e pagariam tributo para o império Babilônico. Todavia o rei dos Judeus não honrou o acordo e tentou derrotar os babilônicos buscando apoio dos egípcios, mas o plano fracassou, e Nabucodonozor enfurecido toma Jerusalém, queima a cidade, destruiu o templo que fora construído por Salomão, roubou todos os utensílios de outro e prata tanto do templo como do palácio dos reis. Mas o templo foi totalmente destruído, porque como ele era todo adornado de ouro e prata, e o calor do fogo derreteu o ouro que ficou derretido sobre as pedras que formavam as paredes, então Nabucodonozor mandou que o templo fosse todo desmontado e as pedras com ouro fossem levadas para a Babilônia.

Nabucodonozor também levou para a capital do seu império todos os judeus da classe média para cima, que fossem cultos e alfabetizados, e os obrigou a trabalhar na capital de seu império. Isto ocorreu no ano de 586 antes de Cristo.

Sendo assim, Zorobabel tem este nome porque nasceu entre os cativos, nesta época terrível, quando seu povo perdeu a independência, ele nasceu na escravidão, e seus pais deram a ele este nome como um marca de sua condição deplorável.

Todavia Zorobabel era descendente da família real, durante quase quinhentos anos os descendentes de David ocuparam o trono em Jerusalém, e Zorobabel era um destes descendentes, de maneira que se não fosse este cativeiro, ele seria um dos príncipes de seu país.

Um outro detalhe interessante é que todos os autores bíblicos antes desta guerra contra a babilônia denunciam que a queda do reinado Judeu aconteceu por causa da degradação moral e espiritual do povo e dos seus governantes. Este pode parecer um discurso moralista mas na verdade é uma constante histórica, todo povo que perde sua qualidade moral e espiritual entra em franca decadência. Vejamos por exemplo o império Romano que existiu séculos depois de Zorobabel, quando o império se formou, nem sequer era um império, Roma era uma república. Quando lemos sobre o emprenho dos soldados romanos, percebemos que eles lutavam com orgulho pois carregavam o nome de Roma. Roma havia avançado muito nos direitos civis e os romanos se orgulhavam disto, mas depois Roma se tornou um império, sua civilidade deu lugar a selvageria, sua sociedade se degradou, seus valores foram perdidos, e séculos mais tarde quando o Bárbaros começaram a invadir, seus soldados não lutavam por ideais, mas apenas por dinheiro, e o império caiu.

Curiosamente Zorobabel era um homem ético, disposto a viver dignamente, fosse ele príncipe ou escravo, e os poucos textos que temos sobre ele dão conta de uma postura extremamente digna.

Em 539 antes de Cristo, o império babilônico caiu derrotado pelos Persas, e o governo Persa que assumiu o controle de todo aquele território deu liberdade aos judeus para que voltassem para Jerusalém, e restabelecessem seu território. Os judeus não teriam mais reis, teriam governadores submissos ao rei da Pérsia, mas isto obviamente era bem melhor que a servidão na Babilônia. Para reorganizar o estado Judeu, os Persas pensaram em pegar um dos descentes da família real que fora destituída do poder quando haviam perdido a guerra, escolheram um dos que seriam príncipes caso o reinado judeu ainda existisse, e o escolhido foi Zorobabel; ele lideraria o povo na reconstrução de sua nação.

Logo de cara Zorobabel encontrou um problema, nem todos os judeus queriam voltar para casa, muitos haviam se estabelecido tanto em Babel, como em Susã. Basta lermos outros livros bíblicos, como Daniel, e Neemias, que perceberemos que os judeus acabaram se tornando uma mão de obra importante na administração dos impérios que se sucederam, além disto eles eram comerciantes natos, e estando na capital de grande impérios, fizeram contatos e se estabeleceram comercialmente de maneira que mesmo seu estado tendo caído, e estando em cativeiro durante o período babilônico, as famílias judeias enriqueceram. Como já mencionei repetidas vezes, as informações são poucas e soltas em textos diversos, mas tudo leva a crer que Zorobabel foi muito hábil e inteligente, ele fez um acordo para que os judeus que ficassem financiassem os que voltavam para Jerusalém, para que tivessem dinheiro a fim de reconstruir sua capital

Antes de prosseguir, uma observação interessante é que muitos estudiosos acreditam que os Magos do Oriente que foram até o menino Jesus séculos mais tarde depois de Zorobabel, (conforme conta Mateus), poderiam ter sido Judeus de origem, que viviam nas terras Persas desde a época da queda da Babilônia, e que não voltaram para Jerusalém e adjacências com Zorobabel, mas mesmo longe de seu povo, eles compartilhavam da mesma fé dos antigos Judeus de que um dia viria o messias. Eles viveram por séculos longe dos acontecimentos que antecederam o nascimento de Jesus, mas ao verem a estrela cadente, julgaram ser o sinal de que o messias chegara.

Mais voltando para a Jerusalém destruída de 539 antes de Cristo. Zorobabel retorna e encontra uma cidade totalmente arrasada, onde viviam apenas pobres e miseráveis. Zorobabel tem pouco dinheiro, e pouca mão de obra, um povo com a moral destruída, e sem fé. Mas ele sabia o que iria fazer, antes de voltar com centenas de milhares de famílias judias ele havia conseguido do rei Ciro permissão para reconstruir o templo de Salomão, Ciro até tinha devolvido algumas das peças de ouro que os babilônios roubaram para que fosse colocada de novo no templo que seria reerguido.

Interessante pensarmos nos Persas de forma diferente, o que sabemos deles foi a propaganda negativa que os Gregos fizeram, descrevendo-os como selvagens, mas os textos bíblicos revelam um povo de paz, e os próprios relatos históricos dão conta de que nos mais de 200 anos de império Persa, suas províncias viviam em ordem e paz.

Tudo leva a crer que Zorobabel tinha em mente reerguer aquela nação partir de onde ela caiu, fazer o povo reencontrar seu senso de religiosidade, seus valores éticos e espirituais, sua dignidade, ele queria reconstruir a nação judia  partir da fé.

Seu primeiro ato como governador da Judeia foi iniciar a reconstrução do templo de Salomão.

Esdras foi um historiador e escriba que viveu o período final do governo de Zorobabel, e foi governador da judeia como região Persa, depois da morte de Zorobabel. Mesmo tendo chegado depois ele se preocupou em escrever como foi o momento em que Zorobabel inicia a reconstrução do templo a fim de deixar o registro para as gerações futuras. Esdras então faz uma notação muito interessante, vejamos:

Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se os sacerdotes, já vestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao Senhor conforme à instituição de Davi, rei de Israel.

E cantavam juntos por grupo, louvando e rendendo graças ao Senhor, dizendo: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor.
Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em altas vozes quando à sua vista foram lançados os fundamentos desta casa; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. Esdras 3 versos 10 a 12


Então o relato de Esdras afirma que enquanto os jovens cantavam de alegria os mais velhos que tinham visto o primeiro templo com toda a sua beleza e glória, choravam em alta voz.

Acontece que Salomão foi rei num período de muito fartura e muita prosperidade, ele construiu o primeiro templo tendo muito dinheiro, e o povo que voltava da Babilônia não teria condições de fazer nada parecido e suntuoso como fora feito por Salomão, tudo leva a crer que Zorobabel refez a arquitetura e o desenho do templo antigo, mas realmente não teve como adornar como fizeram Salomão.

Tudo leva a crer que Zorobabel enfrentou dias terríveis, muito oposição, muito desânimo, e constante falta de dinheiro. Como poderia ele levantar uma obra tão tremenda sem dinheiro e sem povo?

Para piorar a vida de Zorobabel, o imperador Ciro determina a interrupção da obra, e tudo indica que povos vizinhos aos judeus que também estavam sob o domínio dos Persas, protestaram contra o soerguimento do templo, para eles o renascer dos judeus representava um risco, afinal os vizinhos foram beneficiados com a queda de Jerusalém. Importante entender que a principal rota de comércio entre Mesopotanea e Egito passava por ali e a cidade de Jerusalém era beneficia com esta rota comercial, mas com a queda de Jerusalém outras cidades Fenícias, Amonitas, e Samaritanas, foram beneficiadas, obviamente o ressurgimento de Jerusalém tiraria deles o benefício que obtiveram com a queda da cidade. Para piorar Ciro estava velho, e doente, e já havia uma disputa para ver quem herdaria o imenso império que ele formou.

Ciro morreu no final de 530 antes de Cristo e o filho dele Cambises assumi o trono em 529 AC. Cambises assim que assumiu o trono reconquistou o Egito que havia aproveitado a velhice de Ciro para sair do julgo persa, todavia o inicio vitorioso de Cambises revelava seu carater belico, acontece que enquanto Ciro era um homem generoso apesar de ser um conquistador, Cambises era um tirano, e começaram a surgir problemas nas províncias. Foi quando surgiu a figura de Dario que era casado com a princesa Atossa, na condição de genro de Ciro, Dario tentava aplacar os atos tiranos e insanos do seu cunhado o imperador Cambises. Dario ficou apagando os incêndios até que em 522 Antes de Cristo Cambises morre misteriosamente, os registros Persas chegam a ser cômicos, afirmando que ele feriu-se a si mesmo e morreu. Depois de disputas internas Dario foi coroado imperador sendo genro de Ciro, o reinado de Dario foi longo e pacífico, ele agia com generosidade com as províncias como seu sogro também fora e seu reinado prosperou.

Durante aqueles 7 anos do reinado de Cambises e das disputas politicas, a obra do templo ficou parada, e Zorobabel muito sabiamente se manteve quieto, aguardando o desenrolar dos acontecimentos; alguns analistas acreditam que ele foi muito sábio, ficou quieto quando era a coisa certa a fazer, não poderia criar caso com Cambises sendo um homem cheio de ira, e tendo que passar pela judeia para tomar o Egito, Zorobabel sabia que não seria prudente confronta-lo e pacientemente soube aguardar para poder continuar a obra do templo.


Finalmente quando Dario assumiu Zorobabel pode continuar a reconstruir o templo, na verdade Dario era amigo dos judeus, a própria bíblia revela que Daniel, judeu cativo, que fora auxiliar de Nabucodonozor nos tempos da Babilônia, já idoso, foi o principal assessor deste início de reinado de Dario. Este mesmo Dario faz um edito para que Zorobabel pudesse a retomar a obra.

Finalmente em 516 Antes de Cristo Zorobabel consegue inaugurar o templo, depois de 22 anos de terem retornado da Babilônia. Depois de ter enfrentado a falta de dinheiro, enfrentado o desânimo do povo, as disputas políticas, a falta de credibilidade com a qual parte do povo o via, enfrentado todo o tipo de adversidade, lá estava o símbolo maior de sua nação reerguido.

Mas não foi apenas isto que ele reergueu, Zorobabel foi capaz de criar um sentimento de unidade e de povo, capaz de permitir que os judeus se mantivessem unidos, apensar de terem perdido seu território e sua independência. Quando lemos sobre a história antiga, encontramos incontáveis povos que desapareceram, várias nações antigas que também perderam sua independência nas mesmas guerras que os judeus foram derrotados, hoje não existem mais, contudo Israel existe até hoje. Depois quando o império Romano tentou destruí-los como nação, espalhando-os por várias regiões do império, isto não tirou deles o sentimento de povo e nação. E sabemos que esta unidade nacional foi obra de Zorobabel, porque quando lemos os textos bíblicos do Antigo Testamento, as histórias antes da guerra contra a Babilônia, perceberemos que eles nunca foram unidos, em vários momentos lutaram entre si, sua religião também não era um consenso, vários textos mencionam que eles não eram fieis aos seus conceitos religiosos. Mas depois da Babilônia, Zorobabel soube construir este sentimento de nação e povo de tal forma que nada pode apagar este sentimento de nacionalidade.

Ageu que era um pregador na mesma época de Zorobabel chama ele de príncipe, e afirmou que ele era o anel de selar do Deus de Israel (Ageu 2 verso 29). Zacarias que era outro pregador daquela época e que também escreveu um texto que faz parte da bíblia, diz que quando Deus olhava para uma montanha, perguntava, quem é você montanha comparado com meu servo Zorobabel? (Zacarias 4 verso 7). Todos estes exaltam o homem que nasceu escravo e foi determinado a ponto de formar uma nação a partir de um povo esfacelado.

Um outro texto interessante destas parte das escrituras bíblicas ligados a Zorobabel foi a referência que Ageu faz sobre Deus ser dono do ouro e da prata (Ageu 2 verso 8). Muitos pregadores pensam que esta afirmação tem a ideia de que Deus é dono de tudo e vai dar tudo que precisarmos, mas não era isto que ele estava querendo dizer, pois Zorobabel estava enfrentando o pessimismo de muitos judeus que diziam que eles nunca conseguiriam reconstruir o templo de Salomão porque o templo de Salomão foi construído com dinheiro, e além disso Zorobabel não teria como adornar o templo com todo o ouro que havia antes. Mas a verdadeira ideia de Ageu era dizer que o templo de Zorobabel para Deus seria mais importante que o de Salomão, porque Salomão construiu o templo com dinheiro, mas ouro e prata Deus já tinha, sempre os teve, afinal Ele na verdade é dono de tudo, mas Zorobabel reconstruiu o templo com a alma, com a garra e determinação dele e de um povo. A ideia de Ageu era dizer que o ouro Deus já tinha, mas a determinação de um povo é algo mais valioso que o ouro, por isto Ageu afirma na sequencia que a glória desta segunda casa de Deus seria maior que a da primeira (Ageu 2 verso 8).

A respeito disto, muitos autores afirmam que a glória desta segunda casa foi o fato de que Jesus  quando veio ao mundo entrou neste templo que Zorobabel reergueu, e não no que Salomão havia construído. Interessante pensarmos nisto porque na história de Israel existiram três templos. O primeiro erguido por Salomão, o segundo este de Zorobabel reconstruiu, e o terceiro na época de Jesus, Herodes conseguiu um dinheiro com o império Romano para reformar este que Zorobabel havia reedificado, e quando a reforma ficou pronta, o povo passou a chamar de templo de Herodes.

Pois bem, Jesus não entrou no de Salomão que havia sido destruído por Nabucodonozor, também não  entrou no de Herodes que só ficou concluído anos depois de Jesus ter sido crucificado, sendo assim quando Cristo esteve neste mundo, ele entrou neste templo de Zorobabel. Estes pequenos detalhes parecem revelar o caráter deste ser supremo a quem chamamos de Deus, que parece honrar gestos, e atitudes mesmo séculos depois do ocorrido, e neste caso honrou Zorobabel sua determinação, garra e força de vontade fazendo que seu messias entrasse no templo dele e não dos outros.

O que mais me fascina em Zorobabel é o fato de que ele tinha tudo contra, desânimo da nação, apatia, falta de dinheiro, críticas constantes, intrigas externas, intrigas internas, falta de autonomia, o fato de ter nascido cativo, etc, mas ao mesmo tempo ele tinha todas as características necessárias para alguém que quer superar tudo isto, ele era focado, determinado, sábio, soube se aquietar quando era preciso, soube se mobilizar na hora certa, soube esperar, dinâmico, articulado. Enfrentou os piores cenários, e conseguiu a maior vitória.

Infelizmente poucos cristãos conhecem sua história, mas interessante que a maçonaria honra este homem, Zorobabel é o representante do penúltimo grau da hierarquia maçônica, o que obviamente tem a ver com o templo que ele reconstruiu, porque para o misticismo maçônico a arquitetura do templo tem suma importância porque foi ela que atraiu a energia divina, mas não foi isto, não foi o formato físico que atraiu Deus para aquele lugar, não foi nada tangível como paredes, prata ou ouro. Deus gosta de gente que não entrega os pontos, gente disposta a lutar contra todas as adversidade, é como a história de outro herói bíblico de nome Jacob, que lutou contra tudo e contra todos para poder ficar com a mulher que amava. O Deus apresentado pela bíblia gosta de ver garra determinação, força de vontade, e creio que foi por isto que Ele interagiu com Zorobabel.

As vezes enfrentamos dilemas, desafios, situações tão complexas, que exigem tudo e mais um pouco de nós, estas horas terríveis nos dão a oportunidade de provar para Deus que estamos dispostos a enfrentar as montanhas e nos tornarmos maiores que elas.

Curiosamente o templo não existe mais, especulasse que os judeus querem reconstruí-lo novamente, mas todas as vezes que se fala nisso os palestinos entram e guerra contra Israel, porque no lugar que havia o templo hoje existe uma mesquita. O templo foi destruído porque como dissemos Herodes havia pego um dinheiro para reformar o templo, já nos tempos de Jesus. Ele havia prometido que os judeus seriam submissos ao romanos se o império cuidasse do templo. Os romanos enviaram o dinheiro para a reforma, mas quando ficou pronto, aproximadamente trinta anos depois de Cristo ter sido morto na cruz, os Judeus continuavam a dar trabalho com constantes revoltas contra Roma.

O império então perdeu a paciência, e fez no templo que Herodes reformara, o mesmo que Nabucodonozor tinha feito, tacou fogo, o fogo derreteu o ouro que encravou nas pedras das paredes, e os soldados romanos levaram as paredes embora porque havia ouro encravado nelas, daquele templo só sobrou o muro que os judeus chamam de muro das lamentações.

Assim nunca mais houve templo pra Deus em Jerusalém, mas acredito que ele deixou de existir por não ser mais necessário, cumpriu seu propósito com a chegada do Cristo, e hoje o templo de Deus são as pessoas, todos aqueles que assim como "Zorobabel" lutam sem desistir, porque tem fé.



Errata - Afirmamos que Ciro estava velho e doente, e de fato estava, mas pode parecer que ele teve uma morte de causas naturais, mas isto não ocorreu, o historiador grego Herodoto afirma que o mesmo morreu na batalha de Massagetae, o que alguns acreditam é que a saúde precária prejudicou seu desempenho naquele combate e ele acabou alvejado e morto


8 comentários:

  1. só uma Obs: nos judeus nunca chamamos o muro de lamentaçãoes, isso é uma forma que os romanos usaram e até hoje se usa, o chamamos de Muro do templo.... fora isso, Parabéns pelo o texto, foi muito claro, mas concerte isso por favor.... abraçoss

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  2. Eu acho que há dois pontos anos serem abordados:
    Depois de circo houve outro rei que também se chama artaxerxes, foi este que mandou parar a obra do templo e foi por 16 anos...depoIsso vem Dario que recebe uma nova carta e vê que foi Ciro quem havia dado ordem para reconstrução do templo e era uma tradição que uma ordem de um rei não poderia ser revogada então ele manda reiniciar as obras só que desta vez aqueles que foram culpados da carta falsa teria que bancar todos os custos e as necessidades dos trabalhadores e sacerdotes.
    No mais esta muito bom.

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    1. No capítulo quatro do livro de Esdras aparecem dois nomes, Assuero e em seguida Artaxerxes, provavelmente estes foram os nomes que Esdras atribuiu a Cambises e Esmérdis, este Cambisés como dissemos era filho de Ciro, mas este Esmérdis é uma história muito confusa, pois Cambisés tinha um irmão de nome Esmérdis, a quem Esdras chama de Artaxerxes, só que Cambisés matou o irmão então este Esmérdis que surgiu como rei após a morte de Cambisés foi um impostor. Como disse no texto, este foi um período muito confuso na história Persa, porque os persas estavam acostumados ao estilo de Ciro que era um homem pacífico e grande governante. Muitos historiadores não mencionam este Esmérdis porque teria sido ele um impostor que durante alguns anos usurpou o trono persa, e listam o período de seu governo como se tivesse sido o período de Cambises, por isto o próprio texto do capítulo 4 de Esdras parece estranho porque menciona que os inimigos de Israel escreveram cartas no governo de Assuero (Cambises) mas a carta foi lida para Artaxerxes (Esmérdis).
      Após este período confuso para os próprios persas, eles tomaram o genro de Ciro de nome Dario e tornaram este imperador, e foi quando finalmente o império voltou a prosperar, e foi este Dario que aparece no livro de Daniel, que permitiu aos israelenses retomarem a obra depois de 16 anos parada.
      Há que se notar também que o grande Xerxes I que aparece na história como o maior de todos os imperadores da Persia foi filho de Dario e Atossa, sendo neto de Ciro, mas este só subiu ao trono num evento posterior e nada tem a ver que este Artaxerxes que Esdras menciona, que como dissemos, foi um impostor que usurpou o trono perna naquele período conturbado

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  3. muito bom, em alguns momentos do texto nao contive as lagrimas.
    DEUS CONTINUE ABENÇOANDO.

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  4. Muito bom,gostei,também aos comentários q completaram a compreensão.

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    1. Excelente.Que o Senhor continue te usando para sua Glória

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