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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pedro foi o primeiro Papa?

Esta pergunta na verdade tem a ver com a disputa terrível pela hegemonia no cristianismo.
Por mais que a mensagem de Cristo seja carregada de amor e paz, quando o número de cristãos cresceu muito, vários grupos começaram a disputar a hegemonia do cristianismo, devido a representatividade destes milhares de cristãos, o que se viu ao longo da história, foi violência e ganância.
Quase dois bilhões de seres humanos se dizem cristãos, apesar que poucos vivenciam realmente a presença mística de Jesus cristo, mesmo assim, temos um contingente imenso de pessoas que de alguma forma expressam crer no nome de Jesus cristo.
É absolutamente natural que haja entre as correntes do cristianismo, pessoas e grupos que procurem se auto afirmar como líderes e (ou) herdeiros diretos de Jesus cristo, porque isso definiria que estes estariam numa liderança hegemônica deste contingente imenso de pessoas.
A afirmação que o Apostolo Pedro foi o primeiro Papa surge para respaldar a hegemonia católica, e aqui não vai nenhuma crítica doutrinária direta ao catolicismo, apenas a constatação de que sendo a Igreja Católica a maior liderança cristã, obviamente é quem mais se empenha em se auto afirmar como liderança hegemônica.

Nunca houve liderança hegemônica no cristianismo.
Importante também sabermos que mesmo na Idade Média, quando muitos historiadores tratam da cristandade como sendo hegemonicamente católica, isso na verdade nunca aconteceu, nunca houve hegemonia no cristianismo.
Basta estudarmo um pouco a história do cristianismo e veremos que existiram milhares de grupos ao longo da história, que vivenciaram a fé cristã, independentes do catolicismo.
Quando o imperador Constantino tornou o cristianismo a religião oficial do império, 325 anos depois do nascimento de Cristo, ele tinha intensões meramente politicas, e por isso ele passou a tentar homogenizar o cristianismo, ele mesmo ordenou que alguns grupos cristãos fossem perseguidos, eram exatamente grupos que não tinham a intensão de se aliar ao império.
Este esforço por homogeneizar o cristianismo tem tanto vinculo com o gesto de Constantino que a própria igreja Católica se dividiu no ano 1054 na mesma forma como o império era administrado nos tempos de Constantino.
O imperador na época dividiu a administração do império em Ocidente, administrado em Roma, e Oriente, administrado em Constantinopla (atual Istanbul). No ano 1054 a Igreja Católica se dividiu em Católica Romana sediada em Roma, e Católica Ortodoxa sediada em Constantinopla (a liderança ortodoxa foi pulverizada desde que Constantinopla caiu dominada pelos Turcos Otomanos em 1453).
Mas mesmo estas duas igrejas que tem a mesma origem, também passaram a disputar a hegemonia do cristianismo, tanto que em 1200 a quarta cruzada reuniu os cavaleiros Templários para atacar Constantinopla, sob o comando do Papa.
Além destas duas grande igrejas, sempre existiram outros grupos, cristãos não católicos ao longo dos mais de mil anos da Idade Média; Donatistas, Novacianos, Arianos, Paulicianos, Montanistas, Huguenotes, Anabatistas, entre tantos outros, são mencionados por incontáveis historiadores como grupos cristãos.
Enquanto a quarta cruzada foi organizada contra a igreja Ortodoxa, a terceira cruzada foi feita contra os Anabatistas franceses, e milhares de pessoas foram mortas.
O nome Anabatista por exemplo, era um nome genérico aplicado a vários grupos cristãos não católicos. Dos Anabatistas sugiram os Batistas, os Menonitas, os Quakers, os Amishs, entre outros, e depois deram origem aos grupos que hoje chamamos simplesmente de "evangélicos".
Fica evidente então que nunca houve esta hegemonia reivindicada principalmente pelo catolicismo na condição de maior grupo. Mas o que sempre existiu foi uma forte luta para tentar se firmar como grupo hegemônico.

Jesus não estabeleceu liderança hegemônica nem deixou uma pessoa ou um grupo como seus sucessores, e não havia líder máximo no inicio do cristianismo.
Apesar desta disputa pela hegemonia permear a cristandade desde o início, isso nunca fez parte do projeto de Jesus.
Basta uma lida nos quatro evangelhos e fica evidente que Ele nunca deixou um representante ou um líder máximo, muito pelo contrário, de Jesus temos as seguintes afirmações:
"Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos". Marcos 9 verso 35
"Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve".
Lucas 22 verso 26.
"Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros". João 13 versos 5 a 14.
Estas palavras de Jesus são apenas alguns exemplos de que na proposta de Cristo não havia espaço para disputas de quem estaria como líder hegemônico da fé cristã.
Quando estudamos a história dos primeiros anos do cristianismo percebemos que não havia um líder, mas sim vários, e as decisões sobre o ruma da cristandade eram tomadas na mais pura democracia.
Foram vários os líderes, e tudo leva a crer que estes exerceram sua liderança de forma regionalizada sem uma liderança suprema e hegemônica.
Alguns livros apócrifos afirmam que Maria Madalena liderou grupos cristãos, o apostolo João liderou as igrejas na Ásia menor, o apostolo Paulo liderou várias igrejas gregas e latinas e também igrejas na Ásia menor, Tiago que era irmão carnal de Jesus, segundo filho de Maria depois de Jesus (que o catolicismo nega que existiu mas os registros todos demonstram que foi um personagem real) liderou os cristãos em Jerusalém. Pedro também liderou os cristãos em Jerusalém, antes de Tiago, mas depois, por causa da perseguição do Império Romano, ele foi para o norte, liderando os cristãos na região de Cesareia, Tomé foi até a Índia, e assim por diante.
Além de ser uma liderança dividida e compartilhada, havia uma liderança dividida por assuntos.
Isso fica evidente no texto do livro de "Atos dos Apóstolos" capitulo seis, pois ali temos o registro de que os líderes cristãos também dividiram as tarefas. Como os cristãos tentavam exercer o que Cristo ensinou, as igrejas distribuíam mantimentos para saciar a fome das pessoas que por ventura estivessem passando dificuldades, eles então dividiram as tarefas, alguns apóstolos cuidavam de narrar a história que viveram junto com Jesus e transferirem suas palavras, enquanto outros cuidavam de dividir, repartir, e distribuíam os recursos; como roupas, alimentos, e até mesmo dinheiro, ajudando assim aos necessitados.
Então depois da partida de Jesus, os seus discípulos dividiram a liderança das comunidades cristãs e dividiram as tarefas, mas nunca houve uma liderança centralizada, e de forma alguma temos nas orientações de Jesus, nem no início do cristianismo, margem para atribuir que determinada pessoa, grupo, ou igreja exercesse a liderança hegemônica do cristianismo.

Mas de onde vem então a história de que Jesus disse a Pedro que ele seria a Pedra que edificaria a sua Igreja?
Realmente Jesus disse isso, está registrado no evangelho de Mateus capitulo dezesseis, o grande problema é achar que esta palavra de Jesus era pra dizer que aquele apóstolo seria o líder máximo de determinada igreja que seria hegemônica, pensar assim é uma interpretação forçada, pois não era nada disto que Jesus estava querendo dizer.
Vejamos o texto.
"E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
Mateus 16:13-19
Em cima deste texto a Igreja Católica construiu dois argumentos para construir sobre ela uma liderança hegemônica da cristandade.
Os argumentos são de que Pedro fundou a igreja em Roma, então ela é a igreja de Cristo, e Pedro sendo seu líder máximo deixaria seus sucessores como líderes máximos da cristandade.
Se estes argumentos são falsos, precisamos de algumas respostas sobre se foi Pedro que fundou a igreja em Roma, ou se ele realmente esteve em Roma? E se Jesus não queria deixar líder máximo, o que afinal Ele quis dizer com este texto?

Pedro não organizou a igreja em Roma.
Nunca saberemos quem foi o primeiro cristão a ir até Roma falar de Jesus, mas certamente Pedro não estava nesta primeira leva, e sabemos disso por causa da carta escrita pelo apóstolo Paulo aos Romanos. Na "Carta aos Romanos" (capítulo dezesseis) Paulo esta terminando sua discertação deixando uma saudação, como se estivesse mandando uma abraço, para os participantes neste início da igreja cristã em Roma, mas não tem nenhuma menção ao apóstolo Pedro.
Paulo pode até ter deixado de mencionar alguém, mas nunca deixaria de mencionar Pedro se ele realmente estivesse lá.
Então, basta ler o último capítulo do livro de "Romanos" do Novo Testamento e ficará evidente que Pedro não estava em Roma nos primeiros anos daquela igreja.

Pedro pode ter estado em Roma numa data posterior, quando acabou sendo martirizado.
Pode ser que o apóstolo Pedro tenha realmente ido a Roma numa data posterior, quando a "Carta aos Romanos" já tinha sido escrita. Se for assim, provavelmente a história que conta que ele foi preso em Roma, foi preso e acabou sendo crucificado de cabeça pra baixo (porque não queria morrer da mesma forma que Jesus), esta parte da história pode estar correta.
Para entendermos isso precisamos entender a ligação de Pedro e Marcos. O livro de Atos capitulo doze deixa claro que Pedro era amigo dos pais de Marcos, que na verdade se chamava "João Marcos", certamente Pedro tinha amizade com esta família muito antes mesmo dele ser discípulo de Jesus. Os estudiosos até acreditam que Marcos escreveu o evangelho mas na verdade ele escreveu o que Pedro ditou, porque Pedro era analfabeto.
Então Marcos era filho de amigos íntimos de Pedro, e Pedro chega a chama-lo de "filho", acontece que Marcos foi pra Roma e ele sim que liderou aquela igreja, tanto que o próprio Pedro escreveu: "A vossa co-eleita em babilônia vos saúda, e meu filho Marcos". (I Pedro 5 verso 13).
Pedro chama Roma de Babilônia porque nos anos mais sombrios do Império, vários autores cristãos compararam o Império Romano com o Império Babilônico por causa das atrocidades.
Então Pedro está claramente afirmando que Marcos, que ele considerava como se fosse seu próprio filho, estava em Roma, e provavelmente Pedro realmente pode ter ido pra lá apoiar Marcos e acabou sendo preso e martirizado.
Concluindo podemos dizer que Pedro pode sim ter ido a Roma quando acabou sendo preso e morto, mas ele não foi fundador daquela igreja e provavelmente nem chegou a ser seu líder.


O que Jesus quis dizer ao afirmar que Pedro era a Pedra sobre a qual fundaria sua igreja?
Para entendermos o porque Jesus fez esta afirmação precisamos antes entender que Jesus não dizia quem era, Jesus não se auto explicou em nenhum momento.
Nos evangelhos lemos apenas que Ele convidou as pessoas para que o seguissem, mas Ele nunca deu muitas explicações de quem era.
Jesus também nunca explicou como tinha tanto poder, Ele apenas afirmou que tinha todo o poder no céu e na terra.
Isso explica poque os discípulos se questionaram quando Jesus acalmou a tempestade.
"Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem"?
Mateus 8:26-27
Eles se questionavam de quem Jesus era porque realmente não tinham noção, Jesus não disse quem era, apenas os chamou para que eles o acompanhassem.
Então vejamos, passaram alguns anos, vendo Jesus curar todo tipo de enfermidade, andar sobra as águas, multiplicar pães, e fazer todo tipo de milagre. Chega então o momento em que Jesus mesmo perguntou. Quem as pessoas acham que eu sou? E depois ele se vira para os seus discípulos e pergunta: Quem vocês acham que eu sou?
Foi quando Pedro respondeu: "Tu és o Cristo". "Cristo" é uma palavra grega que significa "o enviado de Deus". Existia na cultura dos Judeus e mesmo dos Gregos e de vários outros povos, a expectativa de que um dia Deus mandaria alguém que pudesse resgatar o ser humano. Cristo era a palavra para descrever este enviado de Deus.
Dizer que Jesus era o "Cristo" era o mesmo que reconhecer que Ele era o enviado de Deus.
Mas Pedro só soube dizer quem Jesus era, porque andou com Ele aqueles anos e pode conhece-lo pessoalmente.
Pedro representa as pessoas que sabem quem é Jesus, porque andam com Ele.
A Pedra que edifica a igreja são as pessoas que conhecem Jesus, não na teoria, mas porque andam com Ele.
Ainda hoje existem milhares de cristãos que ouviram que Jesus é isso ou aquilo, mas Pedro representa quem realmente experimentou andar com Ele, pode ver o que Ele faz, por isso sabe quem Ele é.
A igreja não pode ser fundamentada nas teorias sobre Cristo, mas na vivencia espiritual, transcendental e inexplicável, com Jesus.
Pedro entendeu perfeitamente que este era o sentido do que Jesus falou afirmando que esta era a pedra que edifica a igreja, Pedro entendeu que todo cristão que vivencia Jesus no seu dia a dia é pedra que edifica a igreja, tanto que ele mesmo escreveu "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual" I Pedro 2 verso 5. Sendo assim, Pedro considerava todo cristão como pedra viva, porque ele havia entendido perfeitamente o que Jesus havia dito naquele dia.
Podemos concluir que a despeito do mal uso desta passagem pelo catolicismo, que Jesus não estava conferindo a Pedro a condição de líder máximo da cristandade, apenas está elogiando Pedro porque ele conseguiu perceber quem Jesus era, por andar com Ele, e são estas pessoas que vivenciam a Cristo que são as pedras que edificam uma comunidade cristã ao qual chamamos de igreja.

Pedro era casado.
A afirmação de que Pedro fundou a igreja de Roma é falsa.
A passagem que Jesus afirmou que ele era pedra tem outro significado.
Mas além disso existe outro motivo pelo qual Pedro nunca pode ter sido primeiro Papa.
Pedro era casado.
"E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João. E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela. Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e levantou-a; e imediatamente a febre a deixou, e servia-os.
Marcos 1:29-31
Um dos primeiros milagres de Jesus foi curar a sogra de Pedro, e ninguém pode ter sogra se não for casado.

Pedro não aceitava ser adorado
Outro motivo pelo qual Pedro não pode ter sido o primeiro Papa, era o fato dele não admitir que ninguém se ajoelhasse perante ele.
"E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem".
Atos 10:25-26
A narrativa é muito clara, o centurião Cornélio recebeu Pedro em sua casa, e ele saiu ao encontro de Pedro e se ajoelhou perante ele. Se fosse um Papa, Pedro aceitaria a reverência, mas Pedro o levantou dizendo que ele era apenas um homem.
Pedro estava rejeitando ser adorado porque havia aprendido com Jesus a ser humilde.

Pedro nunca foi Papa, pois acreditava que todos os verdadeiros cristãos representam Cristo na Terra.
O catolicismo afirma que o Papa é o representante de Cristo na Terra, mas Pedro nunca pode ter sido o primeiro Papa, porque ele mesmo escreveu que todo aquele que for genuinamente cristão é um representante de Cristo.
"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"; I Pedro 2 verso 9
Pedro diz que os verdadeiros cristãos, isso é, aqueles que experimentam andar com Jesus e sabem quem Ele é, são todos "sacerdotes reais".
Se Pedro tivesse inaugurado o Papado, diria que somente o "Santo Padre" é o "Sacerdote Real", mas Pedro considerava todo cristão um sacerdote real.

Concluindo
Realmente basta um pouco de estudo para percebermos que não há nenhum fundamento na ideia de que Pedro foi o primeiro Papa.
Mas na verdade durante este estudo ficou evidente que o catolicismo, assim como várias outras igrejas e líderes, revindicam para si, a liderança do cristianismo, mas isso não tem nenhum valor. Não tem a menor importância qual o nome da igreja, ou quem se diz o líder máximo, nada disso importa.
O único líder do cristianismo é o próprio Cristo, e o que realmente importa é ter tido a fantástica experiencia com Jesus. É saber que Ele é real não porque determinado dogma religioso assim o disse, mas porque se pode senti-lo, ver seu poder, experimentar sua presença.
É o momento incrível quando fazemos uma prece, e para um ateu você estaria apenas falando para as paredes, mas de repente aquilo que foi pedido é atendido, e se pode constatar que Cristo é real, a despeito do que outros falem,  Ele é real, nos ouve, atenta para nós.
A experiencia com Jesus faz o ser humano rever seus atos e seus conceitos, por isso Pedro não poderia ser o primeiro Papa, ele havia convivido com Jesus pessoalmente, e isso fez dele uma pessoa diferente, não um Papa.

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