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segunda-feira, 14 de março de 2016

"O Senhor Dos Anéis" de J. R. R. Tolkien e A Origem Bizarra do Anel do Poder e Sua Relação com o Rei Salomão


Se você conhece a obra do Senhor dos Anéis, já se perguntou de onde vem a ideia de um anel do poder?

Jonh Ronald Tolkien

John Ronald Tolkien foi o grande expoente de um gênero literário que surgiu no período que sucedeu a primeira grande guerra e que ganhou ainda mais força com a Segunda Grande Guerra, que foram livros voltados para fantasias e ficção científica. Já fiz comentários sobre este gênero na postagem sobre o livro a "História Sem Fim" de Michel Ende escrito em 1979. http://eradaincerteza.blogspot.com/2015/04/a-historia-sem-fim-neverending-story-o.html

Pois bem, o gênero de fantasia na literatura moderna parece ter surgido como uma reação ao movimento anterior que acreditava numa racionalidade absoluta. lembrando que em 1859 Charles Darwin publicou a Teoria Geral das Espécies, e nos anos seguintes uma geração de filósofos aderiu ao ateísmo, mas não se tratava apenas ao ateísmo, e sim uma total negação de qualquer forma de transcendência, célebres mentes pensantes como Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche trabalharam ostensivamente a ideia de um homem evoluído que negava forças superiores. Fantasiar para estes homens seria um sacrilégio.

Pois o mundo sem fantasias que não acreditava na transcendência mergulhou em duas grandes guerras, e a geração Tolkien rompeu com este mundo da lógica cega e passou a fantasiar, a sonhar, a criar universos paralelos, e a crer no divino.

Tolkien, católico fervoroso, era o grande amigo de J. Lewis, protestante fervoroso, a ambos se encontravam em um pub londrino onde reunidos com outros amigos adoravam falar sobre suas criações fantasiosas.

Mas até então Tolkien não tinha escrito nenhum livro de fantasia, ele na verdade era um acadêmico, linguista, profundo conhecedor do idioma inglês, que conhecia até mesmo a formação dos fonemas e dos conceitos traduzidos em palavras e verbos, e na verdade foi por isto que ele se deu ao luxo de criar idiomas próprios para seus personagens na trilogia "O Senhor Dos Anéis".

Conta-se que Tolkien escreveu o Hobbit como uma coletânea de histórias que ele contava para os filhos na hora de dormir, isto la pelos idos de 1917, até que por volta de 1930 ele juntou tudo num volume dando uma narrativa linear, e levou o manuscrito para os amigos de Pub e próprio C. S. Lewis ficou muito empolgo com a história. Entre as pessoas que viram este primeiro manuscrito estava uma estudante de literatura chamada Eliana Griffiths, esta adorou a história e a mostrou para sua amiga Susan Dagnal, esta mesma Susan Dagnal era uma das diretoras de uma editora chamada George Alem & Unwin, ela ficou fascinada com a história e em 1937 esta mesma editora publicou a primeira edição de "O Hobbit". Até então Tolkien era um catedrático de Oxford professor de linguística, mas "O Hobbit" ganhou o mundo e levou o nome de Tolkien para todos os cantos do planeta.




"O Hobbit" Capa da primeira edição desenhada pelo próprio J R Tolkien




Mediante o sucesso arrebatador, os editores pediram que ele falasse mais daquela história e daquele seu mundo imaginário, mas veio a Segunda Grande Guerra e somente em 1949 Tolkien levou o manuscrito do "Senhor dos Anéis" e somente em 1954 foram lançados "A Sociedade do Anel" e no mesmo ano "As duas Torres", em 1955 chegou "O Retorno do Rei".

Diferente da obra anterior do Hobbit, que foi escrito para o público infantil, até mesmo porque como disse eram contos escritos para o filhos de Tolkien, a trilogia do Senhor dos Anéis foi produzida para o público mais adulto, era como se Tolkien continuasse escrevendo para seus filhos só que agora eles eram crescido.

A semelhança do Hobbit, a trilogia do Senhor do Anéis foi outro sucesso absoluto de público e crítica.

Em 2001 Peter Jackson levou para o cinema a trilogia do Senhor Dos Anéis e toda uma nova geração passou a conhecer a fantasia apaixonante de Tolkien.

Todavia uma pergunta surge até de forma evidente: De onde vem todo aquele cenário mítico?

Todo este vasto conteúdo mítico presente em todos os livros que Tolkien escreveu sobre  chamada Terra Média,são baseados na vasta mitologia nórdica, e é sempre bom lembrar que ao se aprofundar no conhecimento de como se formou o idioma inglês, Tolkien se tornou um profundo conhecedor da própria mitologia dos povos que formaram a Grã Bretanha.

A ilha da Grã Bretanha era originalmente habitada pelos Celtas. Então vieram os romanos, mas os Romanos não conseguiram tomar a parte norte da ilha, onde é a Escócia, acho até que por isto a Escócia sempre viveu um certo dilema existencial se faz ou não de um conjunto único com a Inglaterra. Com  a queda do império romano os Celtas se aliaram aos Anglos-Saxões, que surgiram da união de tribos germânicas, os Celtas queriam a ajuda das tribos Anglo Saxônicas para expulsar os remanescentes dos romanos, mas o tiro dos Cetas saiu pela culatra porque o Saxões acabaram tomando as terras ao sul da ilha, que são as terras mais férteis, então ficaram os Anglo-Saxões ao sul, ao centro e na região de Londres viviam remanescentes dos romanos que permaneceram na ilha, e na região central, e no país de Gales e ao norte e na Escócia permaneceram os Celtas, este era o panorama da ilha por volta do ano 500 depois de Cristo, contudo depois começaram a chegar os Vikings que invadiram a ilha, eles chegaram a tomar várias áreas mas também nunca estabeleceram sua hegemonia. De maneira que o que compreendemos como a Grã Bretanha de hoje, é um mistura de Celtas, romanos, Vikings e Anglo-Saxões, contudo os Anglo-Saxões eram beneficiados por terem as terras mais férteis e de certa forma a cultura deles sobressaiu na formação do idioma Inglês.

Esta etimologia inglesa, nos faz perceber que existe uma clara ligação entre os ingleses, os suecos, os dinamarqueses os alemães e os noruegueses, que são as origens Vikings e Saxônicas, mas há também diferentes povos que fizeram parte desta etimologia.

Muito se fala que Tolkien usou muito um livro muito antigo chamado Beowulf como base do Senhor dos Anéis, Beowulf é um história escrita antes do ano 1000 e conta sobre um herói chamado Beowulf que vivia numa tribo na Suécia, lutou contra monstros que assolavam a Dinamarca. Exatamente povos com os quais os ingleses guardam uma herança etimológica e ao usar Beowulf percebemos que  que Tolkien estava usando sua fantasia para resgatar a mitologia do seu povo, e por isto que particularmente tenho dificuldade em acreditar que Tolkien tenha produzido este texto de forma meio que acidental, e com todo respeito e admiração que tenho por ele, penso que dizer que toda esta vasta obra eram histórias contadas primeiramente para crianças e que foram  mero acidente terem sido levadas para uma editora, parece meio lendário, assim como várias outras lendas do Senhor dos Anéis.

Tolkien era um sujeito apaixonado, era passional, uma pessoa de sentimentos intensos, e de muito foco, pensava onde queria chegar, mirava um alvo, e o buscava intensamente. Tudo na sua vida foi assim, foi apaixonado por uma única mulher desde os 16 anos, mas não pode casar com ela a princípio por divergências religiosas, o padre não deixou porque ela era de família protestante, mas ele não desistiu até conseguir casar com Edith Bratt, da mesma forma na vida acadêmica, tentou até conseguir lecionar em Oxford, se dizia um cristão convicto, defendia com paixão sua fé, e por ai vai, em todos os momentos de sua vida ele foi passional e focado nos seus objetivos, por isto creio que o Hobbit, e o Senhor dos Anéis, e todos os outros trabalhos sobre a Terra Média, foram frutos de um projeto de vida, idealizado, pensado e intensamente buscado por Tolkien que objetivava resgatar antigas lendas de seu povo.

Antes de prosseguir apenas um adendo, os críticos sempre questionaram Lewis e Tolkien que eram cristãos convictos, se escrever livros de fantasias não ofendia sua fé em Jesus, mas Tolkien dizia que de maneira nenhuma isto ofendia sua fé, porque Deus era um ser criativo e imaginativo; então criar e imaginar estas histórias não afrontava Deus, pelo contrário, revelava o caráter de Deus presente no homem.

O Anel do Poder

Dentro deste projeto de Tolkien, creio que ele pensou num escopo básico e depois desenvolveu as ideias durante a execução. Por exemplo no Hobbit, lemos sobre um necromante, que já no Senhor dos Anéis surge como Sauron, e isto está comprovado que ele desenvolveu seu projeto durante a execução da obra, mas já tinha em mente o escopo principal da obra.

E neste escopo existe a história de um "Anel de Poder" na verdade toda a saga desde o primeiro livro de "O Hobbit" gira em torno deste Anel do Poder que depois ganha destaque nos livros seguintes, "A sociedade do Anel", "As Duas Torres" e o "Retorno do Rei". Todo o foco da narrativa desta trilogia final gira em torna da necessidade deste anel ser destruído, para que haja paz na Terra Média que seria a Terra onde vivem os seres humanos. O leitor das quatro obras, desde o Hobbit, a Sociedade do Anel, As Duas Torres e o Retorno do Rei, pode perceber claramente que por mais lendas e mitos que estes livros abordem, o tema central é este anel.

O Anel do Poder era o selo do poder do mal, através dele Sauron exercia domínio sobre várias forças espirituais das trevas, com este anel ele tinha poder sobre demônios e com este poder ele dominava a terra média, até que numa guerra o Anel acabou na mão do rei Isildur que teve a oportunidade de destruí-lo mas não o fez porque foi seduzido por seu poder, contudo o anel se perdeu, passou séculos nas mãos de Gollum até que foi encontrado por Bilbo Bolseiro.

Bilbo o deixa o Anel para Frodo como herança e o Mago Galdalf o leva junto com Frodo para um encontro onde estão representantes dos Elfos, dos Anões, e dos Homens, além dos Hobbtis, nesta reunião está presente Passolargo, que era descendente direito de Isildur e eles se juntam para tentar destruir o anel para que finalmente das forças do mal sejam banidas da terra média.

Mas surge uma questão: Tolkien se valeu da vasta mitologia dos povos que formaram a Grã Bretanha para desenvolver esta história, e de onde surgiu este anel?

A lenda sobre um anel do poder aparece na cultura germânica, mas antes disso a real origem deste mito é Israelense, e isto pode soar estranho quando entendemos que Tolkien pretendia resgatar lendas antigas das nações que formaram a etimologia do povo Inglês, e de repente  surge uma lenda hebraica, mas convêm lembrar que havia desde o primeiro século, ainda na época do Império Romano, uma forte presença judaica onde hoje é a Alemanha, e os povos germânicos foram influenciados por esta presença judaica.

Então o "Anel do Poder" não é Celta, nem Saxão, nem Germânico, nem Viking, é na verdade Judaico, e quando falamos da cultura judaica pensamos na bíblia, pois todo o Antigo Testamento foi formado dentro da cultura Judaica e Jesus quando nasceu, nasceu de dentro do povo Judeu,  e isto faz todo sentido se recordamos que Tolkien era um católico devoto; contudo se estudarmos a bíblia toda, não existe nenhuma menção a um anel de poder.

Para entendermos isso, permitam me falar-lhes um pouco sobre como a Bíblia foi formada.

Ao longo da antiguidade o povo Judeu produziu vasta literatura, eles tinham o hábito de escrever assim como os gregos, alguns deste livros contavam a história deles como povo e nação, enquanto outros foram escritos como poemas e versos, há ainda outros que são textos escritos pelos seus profetas e pregadores, e outros com leis tanto sociais com religiosas.

Os céticos e principalmente os ignorantes, pensam que a Bíblia foi escrita por gente que queria manipular os conceitos espirituais daquela nação, mas estes livros antigos foram sendo escritos por diversas pessoas, ao longo de mais de mil anos, há também críticos da bíblia que descreem completamente de que há algum tipo de inspiração divina naqueles livros, ou ainda que um ser supremo possa tenha revelado algo para que fosse escrito, mas vou dar apenas um exemplo de como existe algo realmente extraordinário e divino nestes textos. O livro de Levíticos contém leis para o povo Judeu, estas leis tem cunho social e religioso, numa destas leis por exemplo o texto manda dar descanso para a terra, o agricultor deveria dividir seu terreno e alternar o tipo de plantio durante um ano, ele deveria plantar numa área trigo, noutra cevada, e no ano seguinte mudar, o lugar que plantou trigo agora seria cevada, e assim faria um rodízio da terra, além disso, numa das partes o agricultor não deveria plantar nada, deveria deixar a terra sem nenhum cultivo. Tal lei é descrita como tendo sido revelada por Deus, pois bem, estima-se que o livro do Levítico foi escrito a 4 mil anos, e hoje sabemos que o solo pode se exaurir, se o agricultor ficar plantando uma única cultora, isto exauri o solo, mas mesmo fazendo o rodízio das culturas ainda assim numa época em que não haviam fertilizantes o solo poderia se exaurir, então a lei do Levítico ordena que durante um ano nada fosse plantado em uma parte do terreno, e assim o agricultor preservaria a qualidade de sua terra, mas naquela época, imaginar que as pessoas soubessem que o solo pode se exaurir e que a terra precisa descansar era uma visão e um conhecimento muito acima daquela época, extremamente revolucionário, a ponto de que fica evidente que algum ser realmente superior lhes deixou uma orientação quando ao uso do solo.

Este é apenas um exemplo, outro fato por exemplo é que em outros livros encontramos leis que falam sobre hábitos de higiene, e por exemplo quando a Europa foi assolada pela peste negra na Idade Média, o povo Judeu foi quem menos sofreu com a peste porque seguiam tais orientações quanto a higiene, e assim como as leis do manejo do solo estavam muito a frente do seu tempo, as questões sobre a higiene também estavam muito além do seu tempo.
Ao longo de milênios da história dos Judeus muitos livros foram escritos, e como a bíblia foi formada?

Resultado de imagem para manuscritos do mar mortoA Bíblia é uma coletânea de livros antigos, os antigos rabinos foram ao longo de séculos, selecionando os livros que eles entendiam conter verdades espirituais. Isto ficou evidente quando se descobriu nas cavernas do Mar Morto uma biblioteca de uma comunidade que viveu ali alguns anos antes de Jesus, eles tinham inúmeros pergaminhos, mas os pergaminhos que compõem a bíblia estava numa área a parte.

Assim foi formado o Antigo Testamento, que é a parte dos livros escritos antes de Jesus, obviamente a bíblia dos Judeus, que não creem que Jesus foi o messias, só contém o Antigo Testamento, mas para nós cristãos, a coleção de livros seguiu adiante nos livros que foram escritos posteriormente quando do nascimento de Jesus Cristo.

Pois bem, nos livros que compõem a bíblia não existe nenhuma menção a este anel do poder mas existe um livro que não esta na bíblia, um livro bastante sinistro por sinal chamado "O Testamento de Salomão" nele encontramos o anel do poder, mas antes vamos entender um pouco sobre o que aconteceu com Salomão.

Nos livros que compõe a bíblia encontramos a história do rei Salomão, o texto do Livro de I Reis, conta que quando assumiu o trono Salomão orou a Deus pedindo para ser sábio, a fim de poder fazer um bom governo, o texto conta que Deus atendeu a oração dele e deu a ele muita sabedoria, e com a sabedoria veio a riqueza e o poder. Salomão era um homem extraordinário, sábio, determinado, estabeleceu paz com todos os seus vizinhos, apaixonado por sua mulher que era como uma musa inspiradora, ele fez todo Israel crescer e prosperar muito. Mas algum tempo depois Salomão deixou ser levado pela vaidade e viveu dias sombrios onde ele se afastou dos seus valores espirituais, teve centenas de mulheres e buscou outras forças espirituais, mas quando envelheceu, ele percebeu que foi manipulado pelo mal por conta da sua vaidade, arrependeu-se de seus atos e se voltou novamente para seu Deus, foi neste período final da vida que escreveu o livro que também faz parte da bíblia chamado Eclesiastes, livro este que adverte ao leitores quanto aos perigos da vaidade, o que obviamente Salomão escrevia porque era a experiência dele próprio.

Contudo os livros que fazem parte da bíblia não entram em detalhe sobre como foi este período sombrio de Salomão, e como foram as experiências que ele teve durante aquela época, e é este o conteúdo deste livro Apócrifo chamado "Testamento de Salomão".

O livro proscrito conta que na época que Salomão estava construindo o templo de Jerusalém ele teve a visão de um anjo, e o anjo deu a Salomão um anel, tal anel lhe daria poder sobre todas as forças espirituais, Salomão descobriu que através daquele anel tinha poder sobre os demônios e começou a usa-los a seu favor.

Curiosamente a Maçonaria tem uma estranha admiração pela construção do templo e por Salomão, e há quem diga que todo o segredo por trás da ordem maçônica seja o anel do poder.

Um outro aspecto interessante deste livro é que por não fazer parte da bíblia muitas pessoas pensam que ele é falso e seu conteúdo fantasioso, mas existe uma palavra de Jesus que parece de alguma forma respaldar tudo que é dito neste livro obscuro. Vejamos o que disse Jesus conforme o registro de Mateus:

"A rainha do sul se levantará no dia do juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que está aqui quem é maior do que Salomão.E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.

Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada.

Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má".

Mateus 12:42-45

Jesus falava sobre como forças espirituais das trevas tem atuado na sociedade humana e num determinado momento fala que Ele Jesus era maior que Salomão. Mas o que Salomão tem a ver com espíritos malignos? Nos livros que fazem parte da bíblia não entendemos esta relação, mas se conhecermos esta história sobre o anel do poder registrada no "Testamento de Salomão" entenderemos o porque Jesus relaciona forças espirituais das trevas com o rei Salomão.

Recordo agora que em diversos trechos das narrativas de Tolkien ele fala sobre Aragorn, também conhecido como Passolargo, como líder natural dos homens por ser herdeiro de Isuldur, mas constantemente a liderança de Aragorn é questionada porque este Isuldur no passado tinha tido a oportunidade de destruir o anel mas não o fez pois deixou-se seduzir por ele. então várias vezes Aragorn é questionado se tinha realmente legitimidade para revindicar o trono e a liderança dos homens na medida em que seu antepassado tinha desperdiçado a oportunidade de  destruir o anel, e isto me faz pensar que este Isuldur da lenda de Tolkien talvez seja uma referencia a Salomão.

Acredito que Tolkien estava nos falando desta sedução que o poder e a vaidade tem, e o anel precisa ser destruído e não usado. No livro "O Testamento de Salomão" Salomão acreditava poder usar as forças das trevas para fazer o bem, e creio que os antigos judeus que selecionavam livros que eles consideravam sagrados enquanto outros não, não colocaram este livro como parte da bíblia pois entendiam que ele fora escrito por um Salomão totalmente equivocado, acreditando que poderia fazer o bem usando as forças mais obscuras do mundo espiritual. Então Tolkien simboliza isto com o anel que não pode ser usado, mas precisa ser destruído.

É bem verdade que talvez o livro " O Testamento de Salomão" pode não ter sido escrito por Salomão, pode ser um texto falso, como muitos estudiosos acreditam, mas particularmente fico pensando porque então Jesus teria feito a menção que citei acima?

Mas independente de qualquer coisa, fica evidente que a chave para uma maior compreensão do que o gênio Tolkien queria nos dizer com a sua incrível fábula sobre a chamada "Terra Média" e a história deste "Anel de Poder", só poderão ser compreendidos a luz do antigo livro apócrifo atribuído a Salomão.

Mas uma coisa é fato, a vaidade e o desejo de poder desenfreado realmente vem destruindo a humanidade, podemos perceber isto tanto no livro do Hobbit, quanto na trilogia Senhor dos Anéis, quando constantemente vemos os Hobbits falando sobre como é boa a vida simples no "Condado" lugar onde vivem os Hobbits. É uma exaltação a beleza da simplicidade, ao prazer das coisas mais simples como o aconchego do lar, bons amigos, boa comida, etc, isto é uma contrapartida ao desejo e a ambição, a busca desenfreada pelo poder, alimentado pela vaidade, que impedem que o anel que sela o poder do mal seja destruído. Curiosamente na lenda de Tolkien ele acaba destruído por estes mesmos Hobbits que são pequenos e simples, numa referência que será a simplicidade que conseguirá destruir esta lógica humana de vaidade e da necessidade doentia de auto afirmação que tem destruído a própria humanidade.

Salomão realmente pode ter sido seduzido por isto, tanto que no livro do Eclasiástico, livro este que faz parte da bíblia, e como disse, foi escrito quando já velho Salomão se arrependeu do que tinha feito, ele diz que fora poderoso mas tudo era vão, vejamos oque ele diz:

E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho.

E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol.

Eclesiastes 2:10,11

Salomão diz claramente que quando se auto avaliou percebeu que era tudo vaidade, teve tudo que quis, mas nada daquilo tinha valido a pena.

O texto bíblico de I Reis também descreve que quando se deixou levar pela vaidade, o reino dele entrou em decadência, e teve sérios problemas com rebeliões em algumas províncias, vendo seu reino se dividindo e esfacelando, percebeu como estava em decadência exatamente por ter se deixado levar pela vaidade que não teve proveito algum.

Muitas vezes alguns praticantes do chamado baixo espiritismo creem que podem usar forças espirituais tanto para o mal como para o bem, mais a experiência de Salomão revela que o mal só vem para roubar matar e destruir, e isto dito pelo próprio Jesus: O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir;, (Evangelho de João Cap 10 verso 10). 

Então vamos seguir a dita de Tolkien, uma vida mais simples, valorizando pequenos gestos e as alegrias do cotidiano, deixando de lado a necessidade de auto afirmação e aquela vaidade tola alimentada pelo nosso ego, possamos destruir este anel do mal, e que ele não tenha poder nas nossas vidas.

E caso o amigo (a) queira ler o Testamento de Salomão, segue o link

https://groups.google.com/forum/#!topic/originais-brasil/lUBm5j-oAAU

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